RADIO UJC SETE LAGOAS - TOCA Chico

sexta-feira, 10 de julho de 2009

POEMA, FERRAMENTA REVOLUCIONARIA!

QUE A PACIENCIA SEJA CURTA, CONTRARIO A LONGA HISTORIA DE EXPLORAÇÃO DE UM HOMEM SOBRE OUTROS.


Quando os trabalhadores perderem a paciência
Por: Mauro Iasi(*)



As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de mãos dadas ao entardecer
A vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O trabalho deixará de ser um meio de vida
As pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência

A pele será carícia e o corpo delícia
E os namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juizes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências

Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A necessidade e o desejo serão o termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obscelescência
A filósofa-faxineira passando pelo palácio dirá:
"declaro vaga a presidência"!

* Mauro Iasi é Professor da UFRJ e membro do Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro)

Um comentário:

  1. ei, camarada thiago, lendo este presente que é a poesia de iasi, resolvi te manda uma de brecht.
    depois, oportunamente, te enviarei a obra de hallisson nunes e daniel oliveira, que vos escreve rs

    abraços, camarada tiquito

    p.s. dia 30 de julho, pedro muñoz em sabara. não perca!



    Elogio da Dialética


    A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
    Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
    Só a força os garante.
    Tudo ficará como está.
    Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
    No mercado da exploração se diz em voz alta:
    Agora acaba de começar:
    E entre os oprimidos muitos dizem:
    Não se realizará jamais o que queremos!
    O que ainda vive não diga: jamais!
    O seguro não é seguro. Como está não ficará.
    Quando os dominadores falarem falarão também os dominados.
    Quem se atreve a dizer: jamais?
    De quem depende a continuação desse domínio?
    De quem depende a sua destruição?
    Igualmente de nós.
    Os caídos que se levantem!
    Os que estão perdidos que lutem!
    Quem reconhece a situação como pode calar-se?
    Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
    E o "hoje" nascerá do "jamais".


    Bertolt Brecht

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