RADIO UJC SETE LAGOAS - TOCA Chico

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

OPÇÕES FRENTE À CONCENTRAÇÃO MIDIÁTICA NA AMÉRICA lATINA

Por Martín A. Becerra



A primeira década do século XXI se consolida o processo de concentração de meios de comunicação e das indústrias culturais e de informação e comunicação (infocomunicacionais) na América Latina. Essa tendência é, segundo Martín Becerra, preocupante se entra em contraste com a necessidade de garantir a diversidade de vozes, fontes e atores para assim conseguir introduzir um pluralismo nos sistemas de meios de comunicação.

Se considerarmos que a concentração é alta ao superar numa média de 50% do controle de um mercado por parte dos quatro primeiro grupos operadores, e um 75% pelos oito primeiros operadores, é preocupante que se superem consideravelmente essa porcentagem na América Latina. Os altos níveis de concentração de propriedade dos meios na região foram facilitados pela adoção de políticas de corte neoliberal, que ocasionaram a erosão da intervenção estatal nos setores infocomunicacionais.

Os meios de comunicação se concentram em poucos grupos que produzem o conteúdo que a sociedade processa cotidianamente, e que passam a consagrar-se em interlocutores privilegiados do poder do poder político e econômico. Os grandes grupos de comunicação, não se limitam às atividades infocomunicacionais, senão que se ramificam ao conjunto da economia que incluem bancos, grandes empresas, a indústria futebolística, etc., produzindo um corrente de interesses, da qual os meios de comunicação nunca mencionam.

As idéias e os conteúdos informativos dos grandes meios, não necessariamente respondem à uma estratégia planificada: em algumas ocasiões a economia de recursos e a acelerada rotina de produção está na origem de notícias que carecem de fontes ou que são “mono fontes”, o que faz crescer as perspectivas estereotipadas. Mas a influência dos grandes grupos é tão evidente nas situações críticas da política como no âmbito do cotidiano, onde se extermina o “poder brando”: a cultura, as idéias, a arte e a linguagem. O impacto desses conteúdos superficiais corresponde à sua propagação em uma região como América Latina, na qual seus habitantes consomem em média entre 4 e 5 horas diárias de televisão aberta.

É primordial que se restrinja a concentração da propriedade dos meios de comunicação, que se extimulem formas de propriedade não comerciais ou lucrativas (serviço público e comunitário) e a produção de conteúdos locais. Outra estratégia para introduzir o pluralismo no sistema de meios de comunicação é que se premiem a diversidade de fontes informativas, que se reduza o impacto da publicidade como única via de financiamento e que se postulem exigências de representação de minorias sociais, políticas, econômicas ou étnicas nos meios de comunicação.

Contribuição Jessica Nicolai

Nenhum comentário:

Postar um comentário